Junho: participações e acompanhamento de eventos sobre sistemas alimentares

Publicado em: 01/07/2025

O mês de junho foi repleto de participações e presenças institucionais para os pesquisadores da Cátedra Josué de Castro. As atividades são parte do compromisso da Cátedra com o eixo de incidência, que busca contribuir para fortalecer as vozes da academia, gestores públicos e sociedade civil organizada comprometidas com uma agenda transformadora em torno dos sistemas agroalimentares.

No início do mês, o professor Arilson Favareto participou do Congresso do Conselho Europeu para Pesquisa em Ciências Sociais na América Latina, que aconteceu na Universidade Sorbonene Nouvelle, em Paris. Na ocasião, apresentou um paper sobre gestão de conflitos socioambientais nas áreas de produção de commodities agropecuárias. Também esteve presente em Londres no 3° Encontro da Rede Economias Políticas Emergentes (EPE Network), que reúne alguns dos principais centros de pesquisa em ciências econômicas e sociais do mundo, dedicado a debater a superação do neoliberalismo. Nessa rede, Arilson conduz um eixo de pesquisas no Brasil sobre transição agroalimentar e mudanças climáticas.

Já a pesquisadora Fernanda Marrocos, esteve em um evento paralelo durante a 62° Sessão dos Órgãos Subsidiários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), que aconteceu em Bonn, Alemanha.

Observação

No dia 03 de junho, a pesquisadora Olívia Dórea representou a Cátedra Josué de Castro no Lançamento do Painel Interativo MISFS-R: Índice Multidimensional para Sistemas Alimentares Sustentáveis do Brasil, que ocorreu na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

O Painel é uma ferramenta digital desenvolvida pelo Sustentarea USP, Núcleo de Pesquisa e Extensão da FSP, e tem como objetivo facilitar o acesso a informações, principalmente para gestores públicos, sobre sistemas alimentares em todos os estados e capitais do país. Composto por 46 indicadores, ele é um instrumento inovador para avaliação de sistemas alimentares na perspectiva brasileira. A pesquisadora da Cátedra, Nadine Marques, participou da primeira fase do projeto, realizando a supervisão técnica do estudo que originou o MISFS-R.

Em junho, também estivemos presentes no 4° Fórum Futuro do Agro. O evento foi realizado pela Globo Rural em parceria com o Imaflora e reuniu o setor privado – com empresas do campo ao varejo -, entidades da sociedade civil e autoridades. O encontro teve como objetivo explorar como o setor deve fazer da COP uma grande oportunidade de melhorar o posicionamento do país na agenda global de mudanças climáticas, transição energética e segurança alimentar.

Durante o painel “A COP e o Agro”, o Professor Ricardo Abramovay destacou que o modelo agrícola que revolucionou o Brasil nos anos 70 se esgotou e que agora precisamos olhar não apenas para o que está acima do solo: “Se quisermos uma agropecuária próspera, temos que estudar o que está abaixo dos nossos pés, essa grande riqueza de biodiversidade. É nisso que se concentra hoje a pesquisa científica, aproveitar isso para uma economia da regeneração da natureza, não de uma natureza intocada”. 

De 23 a 25 de junho, acompanhamos a série de webinários “Panorama da Agenda de Adaptação à Mudança do Clima no Brasil”, iniciativa do Instituto Clima e Sociedade (iCS) junto ao Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVces). O documento resultante da pesquisa pode ser acessado aqui

Os encontros refletiram parte dos resultados da pesquisa produzida pelo iCS e pelo FGVCes, que leva o mesmo nome da série de webinários. O estudo partiu da pergunta “Como a filantropia pode causar o maior impacto positivo possível na agenda de adaptação à mudança do clima no Brasil no curto, médio e longo prazos?” e, a partir dela, foram traçados dois objetivos principais, (1) Apoiar a elaboração de estratégias para a atuação filantrópica a partir de um panorama abrangente sobre desafios, lacunas e pontos de alavancagem da agenda de adaptação à mudança do clima e (2) contribuir para o direcionamento de recursos, de forma coordenada, para o fortalecimento de capacidades adaptativas a redução de vulnerabilidades de forma ampla, sistêmica e equitativa nos territórios, populações, ecossistemas e setores econômicos brasileiros.

Ao abordar o porquê é importante pautar os sistemas alimentares nas discussões climáticas, Jessica Chryssafidis, gestora de projetos do FGVCes, citou o policy brief recém publicado pela Cátedra Josué de Castro destacando que apenas metade dos países incluíram nas suas NDCs metas específicas relacionadas aos sistemas alimentares.

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